27 agosto, 2009

Louis (Conto escrito por Flávia)


“O que é a vida?” Sempre me fiz essa mesma pergunta, varias vezes, mas o fato de refazer a pergunta, não significa achar a resposta certa... Ao que sempre pareceu, meu destino sempre esteve traçado;uma linha reta sem problemas ou mudanças de rota. Como eu era uma mulher jovem em uma cidade pequena, eu aparentemente só tinha um futuro, arranjar um “bom partido” com quem podia me casar e ter filhos. Mas não foi isso que aconteceu comigo.
Nunca tive o habito de beber, e por isso, logicamente, nunca tive o habito de freqüentar bares noturnos, o que não me impediu de ir ao snak bar aquela noite, precisava falar com meu primo, e ele ia muito lá. Minha missão se provou um verdadeiro fiasco, mas como já estava lá, resolvi tomar um suco, naquele momento não percebi que minha sede, na verdade, resultaria no meu fim.
Neste momento “ele” entrou, o homem mais magnífico e apavorante que eu já tinha visto, sua pele era perolada, de um tom que eu nunca vi em ninguém, os olhos eram mais negros que a noite mais escura, eles se pareciam com um poço fundo sem fim, aquele ser, que tinha acabado de entrar no bar, tinha uma beleza tão forte que irradiava perigo “isso não pode ser real” repetia pra mim mesma, mas tudo que tinha de razão em minha mente desapareceu quando ele olhou em meus olhos,eu me sentia com um desejo incontrolável de atravessar a pequena distancia que nos separava,e perguntar a ele quem ele era de fato,assim que esse pensamento passou pela minha cabeça, como se fosse um movimento involuntário, como piscar ou respirar, eu estava indo de encontro a ele, não sentia nem um traço da timidez que fazia parte de mim desde pequena, quando dei por mim estava bem na sua frente, mas não me sentia envergonhada então perguntei seu nome,ele sorriu pra mim, não um sorriso descontraído ou alegre, mas um sorriso malicioso, e me disse que me contaria tudo que eu quisesse saber se saísse com ele dali.
Novamente meu corpo agiu sem minha autorização, ele pegou minha mão e me levou dali, não me lembro do percurso que fizemos, só me lembro de estar em um campo aberto, e que o céu estava estrelado.Quando senti sua presença marcante novamente, ele estava cheirando meu cabelo,aquilo me causou arrepios frenéticos em todo meu corpo, ele afastou meu cabelo do meu pescoço, e por um momento achei que ele estava me beijando,mas não era isso que ele estava fazendo.
Enquanto ele tirava minha vida e eu também a via indo embora, só conseguia pensar em uma coisa, só uma, uma coisa que talvez pareça sem importância, mas que era tudo que eu queria, a cada minuto me sentia mais fraca, até que uma nata começou a se formar em meus olhos e percebi que não tinha mais que alguns segundos, então perguntei ao homem que tirou meu futuro, a única coisa que eu realmente queria saber, “qual seu nome?”, esse foi meu ultimo gesto, minha ultima pergunta, e por culpa do destino, eu nunca soube a resposta.

“Eu preciso correr!”, era isso que eu pensava, mais meu corpo não conseguia mais acompanhar a intensidade dos meus pensamentos, se fosse uma luta justa...Mas eu estava fraca, não, eu era fraca em comparação ao meu predador, eu não passava de uma formiga pra ele, estava sentindo isso a cada respiração que cortava meus pulmões, se ele quisesse, eu já estaria morta, ele nem se preocupada em correr,estava brincando comigo.
A floresta parecia querer o meu fim, eu tropeçava até nos meus pés, eu tinha consciência de que eu estava machucada, mas não tinha tempo pra me preocupar com isso, eu estava correndo para viver, eu queria viver, não entendo por que esse estranho demônio me quer tanto, existem tantas mulheres na cidade, por que comigo? Bem, acho que tenho sorte, usando um humor negro é claro.
De repente não ouvi mais os passos que infligiam minha alma, “ele foi embora!” uma nova onda de esperança passou por minha mente “não esta tudo acabado” e dominada por um cansaço repentino, me encostei numa arvore que me pareceu acolhedora, não tinha reparado que estava ofegando tanto, os sons que vinham da floresta eram quase inaudíveis em comparação ao barulho da minha respiração, “uma presa muito fácil” era isso que eu era, então porque ele parou?! Minha pergunta mental foi respondida instantaneamente “Ele não parou”, me levantei, e corri os olhos pelo lugar onde me encontrava, ele estava lá, eu podia sentir...
Meus sentidos se provaram mais verdadeiros do que eu realmente queria, eu em um movimento involuntário com a cabeça olhei para a copa da arvore em que tinha acabado de descansar, ele estava lá. O homem que me atraiu até ali, sem fazer o mínimo de esforço, o homem que eu sentia ser a coisa mais perigosa com que eu já tinha me deparado em toda a minha vida, “quem era ele?” aos poucos eu fui sentido uma calma forçada se apossar de mim, era uma sensação inevitável, mas na minha consciência, eu sabia que não devia me sentir assim, mas não tinha mais forças para lutar, eu não queria mais lutar com ele, enquanto eu tinha esse pequeno conflito interior, ele desceu da arvore em um salto, pra mim pareceu quase flutuante, mas eu não era a pessoa certa para dizer isso, estava deslumbrada, não tinha reparado em como meu perseguidor tinha uma beleza inumana, meus olhos deviam estar sem foco, pois ele sorriu.
“O que você é?” pensei em fazer essa pergunta, mas achei a resposta obvia, então minha mente vagou por um mar desconhecido de perguntas sem resposta, que iria fatalmente, deixar pra traz, a lua estava linda no céu, e me dei conta de que essa seria a ultima coisa que veria, minha mente conseguiu se focar em uma pergunta que não queria deixar sem resposta, e embora não tivesse quase forças dentro de mim, perguntei ao meu assassino “ Qual seu nome?” o efeito dessa pergunta me surpreendeu, ele parou de sugar meu sangue, me deitou no chão e passou sua mão no meu rosto, deslizando até meu pescoço, onde pude sentir, o ferimento que ele me causou, mas isso tudo foi percebido em segundo plano, a sensação dominante dentro de mim era de calafrios alucinantes enquanto ele me tocava, ele afastou sua mão e me disse com um tom de voz, como se falasse com uma criança “Sabia que você não é a primeira pessoa que me faz essa pergunta?” não adiantou ele ter parado, eu estava fraca demais para continuar viva, sentia um manto pesado lutar para cobrir minha visão, mas eu não podia morrer, não sem saber a minha resposta, então com minhas ultimas forças repeti a pergunta, “Qual seu nome?” ele sorriu pra mim, mais foi mais um sorriso de curiosidade e de interesse, então quando eu achei que não ia viver o bastante para saber a resposta, ele falou, “Eu me chamo Louis”, depois de ouvir o que eu queria, me entreguei as trevas que me puxavam deste mundo.

Louis saga 3

O sol estava se pondo, e Louis estava acordando com sede, mas não uma sede qualquer, estava com sede de sangue... Essa noite alguém ia morrer. Encontrou o que procurava, ele gostava de mulheres bonitas, e ligeiramente inocentes, o sangue era muito mais doce, aquela mulher sentada no banco da praça parecia preencher os requisitos.

Paloma era diferente, ela era bonita sim, mais diferente não sabia ao certo porque tinha vindo caminhar a noite, talvez tenha sido a vontade de ficar sozinha, de vez em quando ela tinha essas vontade loucas que nem ela sabia explicar. Ela não era infeliz, mas o que é felicidade? Ter um emprego... Uma casa pro morar... Amigos... Um namorado... Paloma tinha tudo isso, mas hoje estava se sentindo incompleta, como se faltasse alguma coisa na sua vida simples e monótona, seu coração acelerou der repente ao ver um homem vindo em sua direção.

Louis avaliou sua presa, cabelos compridos de preto ofuscante, pele branca com bochechas rosadas, magra com olhos verdes... Era difícil achar uma morena de olhos verdes, se considerou com sorte, enquanto caminhava em sua direção inalou seu perfume, ela cheirava lilás e açúcar, era nessa parte que ele sentia pena de sua presa, mais de 200 anos não foram suficientes para tirar esse sentimento dele, mas essa pena nunca foi suficiente para evitar que ele se alimentasse, ele não gostava de usar hipnose, gostava de usar seus encantos, ele era um leão e gostava de caçar, só usava hipnose nos últimos instantes para deixar sua presa tranqüila e apaixonada. Se aproximou da linda jovem que estava sentada no banco da praça, e que estava sem saber, olhando para a morte quando olhava em seu olhos “Ola” disse, fazendo o primeiro contato.

Quem era aquele estranho que a cumprimentou? Ela não sabia, ele era lindo, sem duvida, mas assim como sentiu vontade de vir para a praça, algo lhe dizia, que ele queria muito mais do que ela podia dar, sentiu medo, mas isso era infantil, o que um homem podia fazer com ela? Quando lhe veio esse pensamento um sorriso escapou de seus lábios, um homem poderia querer fazer muitas coisas com uma mulher... Mas isso não aconteceria com ela, afinal, pra que serviram aquelas aulas de defesa pessoal? Um súbito sentimento passou por ela, era como se aquele homem na sua frente precisasse de ajuda, sentiu que ele estava como ela a poucos minutos atrás, incompleto. Isso a fez responder “Oi”.

Ela respondeu, elas sempre respondiam, ele era bom no que fazia, ele não era como os outros que dependiam da hipnose. Qual é graça que se tem, se alimentar de um zumbi? Ele perguntou se ela não queria dar uma volta com ele pelo parque, ele conhecia um lugar que sempre ficava vazio a esta hora da noite, a resposta da garota foi diferente que um simples “sim” , ela olhou dentro dos seus olhos e disse “você quer mesmo que eu vá?” , que garota estranha, agora ele estava olhando dentro dos seus olhos verdes, eles pereciam ver a verdade encoberta por baixo do seu simples pedido, a resposta foi automática “sim, eu quero”.

Paloma não sabia por que tinha perguntado aquilo para o estranho, mas quando ele respondeu que sim, ela automaticamente se levantou, e começou a caminhar na direção que o homem lhe indicava, chegaram em um ponto do parque que era cercado por arvores por todos os cantos, novamente pensou nas intenções do sujeito, e novamente chegou a conclusão irracional de que ele perecia incompleto, mas a forma como ele a olhou, fez com que seus instintos de sobrevivência fossem mais fortes, e sem dizer uma palavra correu para as arvores.

Já era a segunda vez que isso acontecia, ele calculou que elas corriam por um medo súbito, mas ele não reclamava, elas tinham razões para ter medo, elas tinham o direito de lutar por suas vidas, mas essa não era uma luta justa... Ele era muito mais forte e rápido, e pensando nisso um sorriso apareceu em seus lábios, mas hoje ele estava com muita sede e não ia ficar brincando como fez com a última garota... Então ele correu atrás da  garota com uma velocidade espantosa.
Ela corria por sua vida, e sentia que já tinha colocado uma boa distancia entre ela, e o homem misterioso, quando viu uma silhueta ao longe, pensou que tinha encontrado ajuda, então correu mais ainda, ela arfava de cansaço, quando faltava mais ou menos dez metros reconheceu o homem de quem tinha fugido, bem na sua frente, não sabia o que ele era, mas sabia que ele fazia parte de um mudo que ela não tinha consciência, um mudo que ela temia. Sentiu que ele queria muito mais que uma noite com uma garota bonita, ele queria sua vida e estava parado olhando pra ela, a poucos metros de distancia... Enquanto ela absorvia essa informação ele encurtou ainda mais a faixa de terra que os separava... Um passo e ele podia tocá-la, o estranho era muito rápido... Percebeu que não adiantava correr, ela não tinha chance... Ele a olhava fixamente e enquanto olhava uma ruga de desapontamento se formou em sua testa, foi quando ela disse sem  pensar “Se você vai me matar...me diga seu nome”
Louis estava confuso... Tinha encurtado a distancia entre eles, e tentou usar seu talento com mentes, desejou que ela chegasse mais perto... Mas ela não se moveu, tentou de novo...e nada, mais uma vez... Sem sucesso! Ele estava se perguntando o que tinha acontecido quando ela fez um pedido que o desestabilizou totalmente “Se você vai me matar... diga-me seu nome”, Louis definitivamente não entendia a mente humana, o que saber um nome pode ajudar? Ele poderia simplesmente mentir... Por que essa garota de estranhos olhos verdes, ainda estava parada o encarando, quando eu já tinha ordenado mentalmente que ela se aproximasse? Não sabia dizer... Ele se afastou de sua presa que cheirava Lilás e açúcar, e respondeu a sua pergunta “eu me chamo Louis” completando “e você?” . Ela respondeu prontamente como se não estivesse com medo... Será que ela estava com medo? Não sabia mais de nada... ”Meu nome é Paloma”.
Louis correu para escuridão da noite deixando uma garota viva atrás de si... Isso nunca aconteceu... O Sol começou a nascer e Louis foi dormir com sede... Mais não uma sede só de sangue... Uma sede de desafio, foi se proteger do Sol com um pensamento fixo “Paloma, eu vou voltar”
Louis saga 5
Não acreditava nas minhas lembranças... Como pude escapar com vida daquela noite? Não sei, só sei que foi por muito pouco que escapei... Mas a sensação continua o peso no peito ainda existe, por quê? Porque ainda me sinto incompleta... Já se passaram três dias desde meu estranho passeio no parque e ainda penso naquele homem estranho e incrivelmente perigoso, perigoso sim meu cérebro via perigo, mas eu não sentia isso... E ainda assim tenho vontade de encontrar com ele de novo, o destino leu meus pensamentos. Louis estava parado na esquina.
Eu estava esperando por ela, a estranha e linda mulher que escapou da morte que encontraria em meus braços, a questão é, por que ela escapou? Desde então ela se tornou uma interrogação na minha existência, tenho vigiado sua casa, seus amigos, seu namorado, tentando achar alguma diferença básica entre ela e as outras, não encontrei nada que a distinguisse das outras, ela era anormalmente normal, isso me fez vir diretamente a ela novamente, queria saber mais.
Ele estava vindo na minha direção agora, meu coração acelerou e eu quase podia sentir a adrenalina sendo liberada em todo meu corpo... Tentei manter a compostura e não deixá-loele perceber meu estado de nervos, fiquei calada para que minha voz não me denunciasse, " Oi Paloma" não sei descrever o que senti, não era medo era nervosismo não podia deixar ele falando sozinha "Oi" então ele me disse que queria me levar a um lugar diferente hoje. Não me deu tempo para responder, mau as palavras entraram na minha mente, e ele já estava me carregando a uma velocidade que um humano nunca conseguiria, mas eu já sabia que ele não era humano, ele era bonito de mais para ser um humano.
Agora carregando ela tão próxima de mim, senti cada centímetro do meu corpo tremer de desejo, o seu cheiro era doce, Lilás e açúcar... Minha boca se encheu de veneno, mas eu queria essa garota de varias outras maneiras também, a levei até o topo de uma colina onde podíamos ter toda uma vista da cidade e a coloquei sentada na grama.
O lugar era lindo, e enquanto ele me carregava me sentia flutuando, os braços dele tinham uma segurança, uma firmeza... Por um momento me esqueci do Erick, quem era esse homem [se é que ele era mesmo um homem] para me fazer esquecer do meu namorado que eu conhecia a tanto tempo, o que ele fez na minha cabeça para fazer meus sentimentos mudarem, a 4 dias atrás eu poderia dizer que amava o Erick, mas agora estava tudo confuso na minha mente, não podia viver com essa duvida, "O que é você?" perguntei, e a minha pergunta foi recebida como se fosse algo realmente engraçado "Não sou saudável pra você" ele estava brincando comigo.
Ela estava começando a ficar com raiva de mim, mas eu não podia evitar achar graça na sua pergunta, me imagino respondendo "Eu sou um Vampiro, sou um assassino que gosta principalmente de mulheres, e que te trouxe aqui por que sente uma atração maior por você e é claro por seu sangue" definitivamente não podia dizer isso, a raiva dela a deixou ainda mais atraente, então ele a beijou sem pensar.
Era um beijo quente, cheio de desejo dos dois lados, Paloma sentiu quando ele se aproximou para beijá-la, mas não fez nada... Sua consciência a estava consumindo viva por causa do seu namorado, ele não merecia isso, mas simplesmente não podia fazer nada, só uma parte mínima estava realmente se importando com seus compromissos, grande parte dela estava querendo mais que um beijo
Louis saga 6
“Que estranha  e linda mulher” pensou Louis enquanto deixava o desejo dominar sua mente, nunca tinha sentido algo tão forte por nenhuma outra, não que ele nunca tenha se sentido atraído por nenhuma de suas vitimas, mas o desejo por sangue era mais forte que qualquer outro, agora, enquanto beijava Paloma, sentia como se suas duas naturezas estivessem duelando dentro dele, de um lado ele queria muito o sangue daquela garota, ele era mais forte e mais rápido, e agora ela estava literalmente em seus braços, o que o impedia de pegar o que ele queria ? O seu outro desejo é claro, o desejo humano, o desejo carnal, ele queria Paloma de todas as formas possíveis, ele a queria como um homem queria uma mulher, só que com um sentimento intensificado. Uma nova idéia passou por sua cabeça, por que ele não poderia ter os dois?
Ninguém nunca tinha beijado ela daquele jeito, foi um beijo de puro desejo, um beijo ardente, Paloma novamente pensou que ele não podia ser humano, nem o mais lindo dos homens causaria o efeito que ele causava, enquanto ela estava com ele, ela se sentia única e completa... Completa ela se sentia completa, quando refletiu o pensamento, percebeu que tinha entrado por um caminho sem volta, uma estrada de mão única, não importava mais a família, não importava mais o emprego, e até mesmo Erick não importava, ela precisava estar com Louis para se sentir inteira, ela não tinha escolha. Nesse curto momento em que eles pararam de se beijar, ela sabia que já tinha feito sua escolha e pelo estranho brilho em seu olhar, percebeu que ele também tinha feito a dele. Ele se curvou um pouco para longe, e ela se sentiu mau quando seus corpos se separam, ele falou naquele tom de voz tranqüilizador “Eu quero você pra sempre Paloma” , seu coração começou a bater tão rápido que ela achou que ia rasgar seu peito, ou então ter um infarto, ele continuou “ Você quer ficar comigo?”
Os segundos passavam com excessiva lentidão, ele podia ver cada sentimento passando por ela olhando dentro daqueles olhos verdes...Ele queria a resposta da sua pergunta, nunca em mais de 200 anos ele se sentiu inseguro, mas ela podia querer ficar com aquele tipinho do namorado dela, já que não tinha influencia nenhuma sobre seus pensamentos...O que ele faria se fosse rejeitado ele também não sabia, mas pensava fortemente em acabar com a concorrência... Ele foi tirado de seus planos pela resposta que aguardava “Sim eu quero ficar com você pra sempre” a euforia dominou seu corpo, ele estava feliz como há muito tempo não ficava, ela o queria também, então ele disse as ultimas palavras que Paloma ouviria como mortal “O primeiro degrau para a eternidade é a morte”
Louis saga 7
Paloma já não se incomodava com a velocidade do seu coração, Louis segurou seu rosto entre as mãos, e então ela viu duas presas através de seu sorriso... Ela já sabia o que ele era, e por um instante teve medo, mas se lembrou que já tinha tomado sua decisão, ela tentou relaxar enquanto Louis beijava a base da sua garganta... Então sentiu os dentes  perfurarem a superfície da sua pele com uma leve dor, sentiu seu sangue fluir pelo ferimento...pensou em quantas pessoas encontraram seu fim assim...olhando o céu estrelado sobre suas cabeças...ela estava fraca demais, não sentia seu corpo e só tinha um leve fio de pensamento que ainda a ligava a este mundo...quando sentiu algo quente em sua boca, ela bebeu, bebeu sangue do vampiro que ela misteriosamente amava, não sabia se estava morta, ou se estava viva, não mais.
Louis sentiu uma emoção ardente enquanto bebia o sangue de Paloma... era um sangue diferente...não sabia explicar com palavras, era profundo demais. E agora via ela fazer o mesmo, beber seu sangue, ele nunca tinha feito isso com ninguém, nunca tinha transformado ninguém em vampiro com medo se ficar fraco demais, mas agora ele não se sentia fraco, a cada gota que Paloma bebia ela ficava mais forte e mais parecida com ele, não sabia mais descrever o desejo que sentia por aquela mulher, a 200 anos não sentia sentimentos humanos... será que era amor? Ele achava que sim, e agora nada mais importava, ela ficaria com ele para sempre.
Ela já sentia a nata que se formou em seus olhos retroceder, sentiu cada músculo do seu corpo ganhar uma força extra, e também percebeu como sua boca estava seca... Abriu os olhos para sua nova vida, depois de sua quase morte. Ele estava lá, parado, a olhando com ternura, ela sentia sua boca seca, e agora que sabia que era uma vampira deduziu que tinha sede de sangue... Mas não podia confiar em seus sentidos... Por um lado a sede, e de outro tão forte quanto a outra, a vontade de ficar ali, para sempre nos braços daquele homem, do homem que ela amava acima de tudo, e que amava acima de sua vida.
Louis sabia que ela estava com muita sede, se lembrava de quando acordou... Mas mesmo assim ela veio para seus braços, e disse "Eu te amo" nossa se estivesse vivo poderia ter morrido naquela hora, a transformação ressaltou sua beleza e suas curvas... Ela era magnífica. Não podia agüentar mais, segurou aquela mulher entre os braços e a pressionou na grama, e ali a beijou de novo, mas dessa vez foi um beijo sem moderação de ambas as partes, enquanto isso ele a despia lentamente ela fazia o mesmo com ele. Louis sentiu a mais pura e intensa felicidade quando pode dizer "você é a minha Paloma"
Ela estava indiferente a todo o resto do mundo, para ela só importava uma pessoa, e que era a que estava na sua frente, a pessoa que tinha tirado a sua vida, mas que tinha lhe dado outra em troca, uma vida que seria feliz porque ela estaria com ele para sempre.
 Só uma coisa interferiu no paraíso dos dois naquela hora, um mínimo raio de luz no horizonte... A felicidade se transformou em desespero... O sol estava nascendo.
Louis saga 8
“Como eu pude ser tão imbecil?!” Louis pensava, quando ele estava com a Paloma não percebia o tempo passar... Mas isso era uma desculpa barata, ele se sentia o pior dos egoístas, não soube esperar e agora os dois iam morrer, mas ele tinha uma esperança... Conhecia uma caverna perto dali, se levantou com um salto e puxou Paloma que parecia estar perdida em pensamentos, e começou a correr com toda força que tinha.
Paloma corria também, quando percebeu que Louis tinha um plano ela acordou do seu estado de desespero interior e começou a segui-lo a toda velocidade, mas ela estava fraca... Não tinha bebido sangue, e teve a impressão que se o tivesse feito estaria mais disposta, também notou que Louis aparentava fraqueza... Então se lembrou que ela mesma o tinha deixado naquele estado quando bebeu seu sangue. Ela só pensava uma coisa “Ele não pode morrer”
Faltava tão pouco, podia sentir o Sol as suas costas... Era uma Luz infernal e implacável, não diminuía nem aumentava a velocidade, apenas avançava em direção a escuridão, em direção a eles. Eles estavam tão perto da caverna... só um pouco mais... Mas ele sabia que não iam conseguir, não tinha forças para correr mais rápido, novamente ele sentiu uma imensamente culpado por ter condenado Paloma a passar por tudo aquilo... Foi quando sentiu um aperto mais forte na sua mão, até então eles corriam de mãos dadas, mas agora Paloma apertou sua mão o que o fez virar para encarar sua amada.
Ela estava com uma lagrima da sangue escorrendo pelo rosto e nos lábios tinha um sorriso que dizia sem uma palavra “Eu te amo”, então ela pegou minha mão com as duas dela, parando de correr, ela se fixou como eixo de apoio enquanto girava o meu corpo que passou a centímetros da luz, e me lançou direto para dentro da caverna, eu vi tudo isso em frações de segundo, quando dei por mim já estava caído no chão úmido e intocado pelo Sol, levantei a cabeça e só pude ver o que sobrou da única mulher que eu amei em toda eternidade, apenas cinzas restaram daqueles estranhos e lindos olhos verdes...Meu mundo tinha caído aos meus pés...Por que ela tinha feito aquilo?! Ela queria que eu me salvasse, mas eu preferia morrer com ela.
Naquele instante, ele entendeu por que todas suas vitimas queriam saber seu nome... Elas agora, quem sabe, poderiam culpá-lo pela morte, muitas vezes antecipada... Ele sentiu inveja, quem ele iria culpar?! O Sol? Não... Ele mesmo tinha provocado tudo aquilo... Ele causou a morte de Paloma e ele nunca iria se perdoar por isso. Quando pensou em viver sem ela, sentiu a dor de uma punhalada nas costas... Ele não poderia suportar isso, não mais. Já tinha passado muito tempo sozinho e agora seu único e verdadeiro amor se foi como chegou, tão rápido como uma brisa que chega e passa, mas ele tinha prometido que ia ficar com ela pra sempre, não estavam diante de um padre... Mas ele ia cumprir a promessa, ele queria isso.
Ele pegou uma pedra e gravou com as próprias unhas uma mensagem, para quem ele não sabia, e carregando essa pedra ele caminhou para o Sol, caminhou para a eternidade que ele teria com Paloma. Nunca mais ninguém teve noticias de Paloma e no final todos acabaram por aceitar que ela estava morta e também acabou a onda de desaparecimento de jovens garotas na região ninguém nunca soube o que aconteceu com elas, mas quem caminhasse até uma certa colina e chegasse perto de uma certa caverna, encontraria uma pedra e poderia ler a ultima mensagem que Louis deixou para o destino:
“Cada um tem sua sorte.
O Sol que para todos trás vida,
Para nos só trouxe morte”



2 comentários:

†_Flávia Tavares_† disse...

rsrsrsrsrsr olha meu conto ai gente :D
espero que vcs gostem ;D

Unknown disse...

kem naum gosta????
ta MARA!!!

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