14 julho, 2010

Rua da desgraça

O conto que estão preste a ler foi escrito por Gabriel Santiago, um simples garoto de 13 anos, mas que não se deixa enganar por nada, é um excelente escritor.

De: Gabriel Santiago
Por: Bella Sampaio
A Rua da Desgraça

O ano era 1940.  Mariana morava em uma das ruas mais desertas de São Paulo. Como toda a rua tinha uma história, a dela não era diferente. A rua dela era apelidada de rua da desgraça. Acontecimentos sobrenaturais ocorriam lá todos os dias, desde que mariana havia se mudado pra lá, quando tinha míseros 2 anos. Colisões fatais, onde bebês, crianças, adolescentes, adultos e idosos morriam. Mariana nunca se importou com aquilo, sempre se interessava em outra coisa, e chegava até a rir das mortes. Nesta época ela já tinha 9 anos, quase fazendo 10. A vida dela seguiu bem até os 18 anos, quando já trabalhava, tinha um noivo e estava prestes a comprar sua casa. Mas coisas anormais começaram a acontecer. Mariana tinha sonhos em que pessoas vinham lhe contar coisas horríveis, sonhava com imagens atormentadoras, de mutilações, esquartejamentos, torturas e outras coisas que a deixavam apavorada. Ela sempre acordava no meio da noite gritando. Seu noivo, Adriano, sempre acordava junto, e talvez até mais assustado do que ela própria.  Tudo se normalizou, ela e o recém marido compraram uma casa, na mesma rua da antiga e tudo corria bem, até que Mariana teve outro sonho, mas este não tinha tortura, mutilações, mortes sangrentas nem nada. Só uma coisa: um ser horripilante, de aparência esquelética e que vestia um manto todo preto, rasgado e com uma foice na mão direita. Sim, Mariana havia sonhado com a morte, ou pelo menos uma de suas faces. A "Morte" havia trazido um aviso a ela. 
-Mariana, você, durante sua infância sempre achou graça da desgraça dos outros. Mas não se preocupe, nada acontecerá com você...só com as pessoas que mais ama. E o primeiro acontecimento será com alguém que você ama muito, daria sua vida por ele, mas nem sequer o conhece!
Mariana acordou chorando e suando. Contou tudo ao seu marido e ele disse que era tudo um sonho. Mas ele se esqueceu que a Morte não passa mensagens desnecessariamente. Poucos meses se passaram até que Mariana descobriu que estava grávida. Sua felicidade era tão grande que quando ela chegava em um ambiente, parecia que as flores de alegravam, as pessoas se animavam e os animais ficavam felizes e brincalhões. Em uma de suas visitas a antiga casa para visitar a mãe, Mariana levou um tombo na escada. Foi uma correria para o hospital. Chegando lá, ela foi levada as pressas para a UTI, visto ter batido a barriga. A notícia chocou a todos. Mariana havia perdido o bebê. Nada puderam fazer. Mariana só voltou para casa 8 dias depois do acidente. Sua tristeza era inconsolável. Nada a animava. Chorava toda a hora, perguntando a si mesma por que tinha sido com ela. Em um dia que, finalmente, conseguiu pegar no sono, teve mais um sonho com a morte. Ela lhe disse assim:
-O aviso está se tornando realidade, minha querida. Seu bebê foi só o começo. As almas de quem você debochou e tanto riu estão agitadas. Isso desequilibra a vida das pessoas. A próxima vítima será aquela que tanto ama, que ficou ao seu lado a vida toda, que te amou e protegeu. Pena que ela não lhe ensinou a não debochar dos mortos...
Mariana mais uma vez acordou chorando. Ela chamou Adriano e contou sobre o sonho. Desta vez ele acreditou. Foram juntos para a casa da mãe de Mariana, que, mesmo ficando a menos de 200 metros, foram de carro. Chegando lá, ouviram um grito. Assim que entraram a mãe de Mariana estava esticada no chão, com a cabeça sangrando, totalmente inértil. Mariana pôs-se a chorar. A polícia chegou junto com a ambulância. Fizeram alguns questionários e a liberaram.  Mariana vendeu a casa e no lugar foi construído um pequeno prédio de administração, quando São Paulo se tornava uma cidade realmente grande. Mariana teve outro sonho com a morte.
-Você me desafiou, zombou da morte dos outros, o que equivale a zombar de mim. Está triste? Sim. As pessoas que morreram e não se conformam até hoje de você ter zombado delas também. Mas, desta vez, vou deixar você me fazer uma pergunta, ou dizer algo. Talvez eles te perdoem. 
-Por favor, eu lhe imploro, não faça mais nada com minha família! Por favor, me perdoe, eu errei e admito, fiz coisas muito erradas. Por favor! Eu peço perdão!
Assim que Mariana terminou de falar, o anjo da Morte disse:
-Pois bem, meus serviços, por enquanto não são mais necessários. Você se redimiu, mas perdoar você não cabe a mim. Deus e os espíritos decidirão isso. Nos veremos em breve.
Tudo ficou preto no sonho de Mariana. Mas uma luz dourada surgiu, e uma voz ecoou. Uma voz melódica, suave e serena.
-Mariana, meu nome é Rafael. Fui enviado por Deus para resolver o que a muito está pendente com você. Deus viu que suas preces foram verdadeiras diante o anjo da Morte, e te perdoou. Mas os espíritos de quem você zombou não ainda. Eles decidiram que apenas mais uma coisa selaria e colocaria um fim nestas tragédias. Você concorda com isso?
Mariana não respondeu.
-Por favor, você recebeu uma chance, não a desperdice.
-Sim. Eu concordo.
-Pois bem. Agora cabe aos espíritos decidirem o que vão fazer. Por hora, você terá uma missão. Deus mandará outro anjo para lhe dizer qual vai ser esta missão.
-Está bem. Muito obrigado!
O anjo disse:
-Agradeça a Deus!
Logo depois, o anjo sumiu, e Mariana, enfim, acordou. Pensou naquilo por horas a fio. Não contou a seu marido, pois não queria preocupá-lo. Alguns meses se passaram, até que ela teve o último e decisivo sonho. Um anjo veio recebê-la:
-Mariana, meu nome é Gabriel, sou um dos anjos do senhor. Assim como anunciei a Santa Maria da bênção de Deus, eu lhe anuncio o que os espíritos decidiram.
-Qualquer coisa que vier eu aceito.
-Ótimo. Alegra-te, Mariana. Os espíritos decidiram que você não merecia mais sofrer. Deus sabia que nada mais deveria ser feito. Você recebeu o perdão de Deus e dos espíritos. Pois, também recebeu a bênção de Deus, e uma surpresa. A você será concebida por seu marido, e terá dois filhos. Ao menino, dê o nome de Luiz, o mesmo nome de um dos bebês que morreram em um dos acidentes. E a menina dê o nome de Maria, pois ela terá, assim que nascer, a bênção da santíssima mãe.
-Muito obrigado! Deus seja louvado! Que seja lembrado para todo o sempre!
Mariana acordou. Mas desta vez, nada se choros, mortes ou coisa parecida.  Três meses após o último sonho, ela descobriu que estava grávida. De gêmeos. Quando nasceram, deu o nome de Luiz ao menino e Maria a menina. Desde então, Mariana não tem mais sonhos horríveis. Vive feliz com seus filhos e seu marido. Mas, desde que se mudara da primeira casa que comprou, a rua ficou conhecida por Rua das Desgraças, pois até hoje acidentes horríveis lá acontecem, mas não pelos mesmos espíritos que assolavam Mariana, mais sim pelos espíritos que não puderam e até hoje não podem receber a graça de Deus. Os espíritos que, em vida terrena, zombavam das mesmas mortes que Mariana havia zombado. A eles, foi negada a entrada aos céus, pois, mesmo pedindo perdão, insultavam Deus e seus anjos. Seus filhos? Cresceram tendo uma boa vida, sempre seguindo os mandamentos da igreja. Pelo menos até que descobriram um segredo.

Espero que tenham gostado, bom, como podem ver, tem continuação, mas só vou continuar se tiver comentários.

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